Viva a cultura!
Como se fosse possível separar a força da cultura do seu vínculo com a pólis, a vida das cidades, o pulsar das pessoas nos seus afazeres, nos seus costumes, com suas identidades individuais e coletivas, suas cores ou credos. A cultura acha seu siginificado mais orgânico exatamente na reunião de pessoas que formam uma sociedade. A cultura negra, ainda mais ritualística e coletiva, valeu-se por muitos anos, desse arifício retórico para sobreviver às discriminações.
Por Elisio Lopes Jr. (Diretor de Fomento e Programação da Cultura Afro-brasileira da FCP/MinC)trecho extraído da REVISTA PALMARES. NOV. 2010
Ainda hoje nossa cultura assim como meu povo luta pelo espaço e o reconhecimento de seu valor nesta sociedade visivelmente preconceituosa e porque não dizer racista. Salve a mãe África.
Mãe África
Clara Nunes
No sertão, mãe que me criou
Leite seu nunca ma serviu
Preta Bá foi que amamentou
Filho meu, filho do meu filho
No sertão, mãe preta me ensinou
Tudo aqui nós que construiu
Filho meu, tu tem sangue Nagô
Como tem todo esse Brasil
Lelê ô lelê ô lelê ô lalá
Lelê ô lelê ô lelê ô lalá
Lelê ô lelê ô lelê ô lalá
Lelê ô lelê ô lelê ô lalá
Oiê, dos meus irmãos de Angola África
Oiê, do tempo do quilombo África
Oiê, pra Moçambique-Congo África
Oiê, para a nação bangu África
Pelo bastão de Xangô
E o caxangá de Oxalá
Filho Brasil pede a bênção Mãe África
Pelo bastão de Xangô
E o caxangá de Oxalá
Filho Brasil pede a bênção Mãe África